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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Em 2ª fase de inquérito sobre chacina no presídio, polícia investiga entrada de armas e droga



A Polícia Civil já concluiu a primeira etapa do inquérito sobre a rebelião do Conjunto Penal de Feira de Santana ocorrido no dia 24 de maio deste ano e que resultou na morte de nove detentos da unidade. A partir de agora, na segunda etapa, a polícia busca identificar os responsáveis por facilitar a entrada de armas, drogas e outros itens ilegais no presídio.

“A segunda etapa é tão importante quanto à primeira. Apesar das dificuldades, tenho certeza que vamos chegar aos responsáveis pelo ato de facilitar a entrada de drogas e armas. Não existe outra possibilidade, outro raciocínio, que possa explicar o fato de dezenas de facas, armas e munições, além de entorpecentes para uso dos detentos, terem entrado nessa quantidade, a não ser, no mínimo, com a ajuda de agentes do estado”, afirmou o delegado João Rodrigo Uzzum, coordenador regional de Polícia (1ª Coorpin), que presidiu o inquérito de mais de 450 páginas elaborado em força-tarefa entre delegados da coordenadoria.

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Na fase inicial, o inquérito identificou todos os mandantes do crime e os detentos que executaram a determinação dos mentores. Também foram expedidos 19 mandados de prisões e o pedido de transferência dos responsáveis pela chacina para o Presídio de Segurança Máxima de Serrinha.



“Dentre as prisões preventivas está a do mandante da chacina, que é o traficante de vulgo Rafael, que encontra-se atualmente foragido. Solicitamos a inclusão desse elemento no baralho do crime para facilitar sua captura”, informou João Uzzum, que disse também o que causou o motim:

“A rebelião foi provocada por disputa pelo tráfico de drogas, dentro do prédio. O indivíduo de alcunha Aroldinho controlava todo o tráfico de entorpecentes dentro do presídio em todos os pavilhões agaranhando uma grande quantidade de dinheiro e entrou em disputa com Rafael, que já foi seu comparsa. Eles inclusive já foram presos por terem roubado juntos um banco há alguns anos na cidade de Utinga, depois eles se distanciaram e brigaram em razão do tráfico de drogas. Rafael quer dominar o trafico dentro dos presídios, ele faz parte da facção criminosa intitulada Caveiras, e representa essa facção em Feira de Santana. Ele queria dominar o tráfico no presídio, mas Aroldinho não permitiu e isso culminou na chacina que nos deparamos ai”, detalhou o delegado.

Um dos mortos foi Alisson Rodrigues Oliveira, acusado de ter mandado matar o adolescente Gabriel, que foi torturando, degolado e teve escrito com faca nas costas a sigla AL. Segundo o delegado, Alisson foi morto por que era um dos seguidores de Aroldinho e foi determinado por Rafael, mentor da chacina, que ele fosse morto por causa da aproximação dele com o rival. “Certamente Rafael queria que estivessem mortas todas as pessoas ligadas a Aroldinho. Rafael está sendo procurado e a polícia acredita que ele continua comandando o tráfico, através desta facção que domina diversos pontos de drogas em Feira de Santana e em Salvador, na área de Itapoã. Não acredito que atualmente ele esteja em Feira”, disse.

O coordenador regional de polícia destacou em entrevista ao Acorda Cidade que a integração entre a polícia civil, o Ministério Público, o Poder Judiciário, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e a Polícia Militar, que ajudou bastante tanto durante a rebelião quanto depois, passando informações, resultou na conclusão de um inquérito bastante consistente e muito bem elaborado.

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